Grupo que falsificava exportações de grãos para sonegação fiscal é alvo de operação em MT
04/12/2025
(Foto: Reprodução) Investigações revelaram um grupo estruturado com empresas fictícias, falsificação de documentos e uso de laranjas
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Um grupo investigado por simular e falsificar exportações de grãos com o objetivo de sonegar tributos foi alvo da Operação Fake Export, nesta quinta-feira (4) pela Polícia Civil em Mato Grosso.
Segundo a Polícia Civil, o esquema era baseado na criação de empresas fictícias, falsificação de documentos e uso de “laranjas”, para dar aparência de legalidade a operações de exportação que, na prática, nunca ocorreram.
Ao todo, 48 medidas cautelares foram cumpridas por determinação judicial, incluindo mandados de busca e apreensão, suspensão de atividades econômicas e quebras de sigilo.
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As investigações apontaram para a emissão de grandes volumes de notas fiscais de exportação simuladas, além da criação de diversas empresas de fachada utilizadas para viabilizar o esquema.
O funcionamento do grupo se dividia em duas cadeias empresariais fraudulentas:
A primeira, composta por empresas responsáveis pela emissão de notas fiscais de supostas exportações de grãos, que geravam créditos fiscais e ocultavam vendas realizadas no mercado interno.
A segunda, formada por empresas igualmente fictícias, criadas exclusivamente para simular o envio das mercadorias ao exterior.
Cargas permaneciam em território nacional, gerando prejuízo milionário à arrecadação estadual
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Segundo a polícia, uma das empresas envolvidas movimentou R$ 86,8 milhões entre janeiro e setembro de 2023, dos quais R$ 42,9 milhões corresponderam a notas fiscais declaradas como exportação sem qualquer comprovação de saída do país.
Ainda conforme a polícia, foi constituída a Certidão de Dívida Ativa no valor de R$ 34,4 milhões, enquanto novos processos administrativos seguem em fase final de apuração.
O grupo utilizava indevidamente o Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP), referente à remessa com fim específico de exportação, sem apresentar a documentação obrigatória, como registros alfandegários ou comprovantes de embarque.
Na prática, as cargas permaneciam em território nacional, gerando prejuízo milionário à arrecadação estadual e afetando a concorrência no setor agrícola, informou a polícia.