PF mira esquema que usava influenciadores para lucrar com fraudes em apostas em MT e outros 4 estados
16/12/2025
(Foto: Reprodução) A Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão contra os investigados na operação
PF
Onze endereços foram alvos de mandados de busca e apreensão em Mato Grosso e outros quatro estados durante a Operação Opções Binárias, cumprida pela Polícia Federal, nesta terça-feira (16), contra um esquema criminoso suspeito de contratar influenciadores digitais para divulgar plataformas ilegais de apostas e lucrar com as perdas das vítimas.
Além disso, os suspeitos são investigados por usarem essas plataformas para cometer crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e estelionato digital.
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Os mandados foram cumpridos em:
Barra do Bugres (MT)
São Fidélis (RJ)
Rio de Janeiro (RJ)
Campos dos Goytacazes (RJ)
Goiânia (GO)
Manaus (AM)
Santana do Parnaíba (SP)
Segundo a Polícia Federal, parte do grupo comprava de contatos chineses serviços de manipulação de plataformas de opções binárias, que depois eram revendidos a outras pessoas com a promessa de ganhos altos e rápidos.
Outra frente do esquema envolvia a contratação de influenciadores digitais para divulgar plataformas de apostas e opções binárias nas redes sociais. De acordo com a investigação, os contratos previam que os investigados lucrariam com as perdas dos apostadores atraídos pelos influenciadores.
Já um terceiro núcleo do grupo teria criado uma plataforma própria de opções binárias para captar clientes. Conforme a PF, quando os usuários conseguiam lucro, eram adotadas práticas como bloqueio de contas e travamento de saques, impedindo a retirada do dinheiro.
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Além das buscas, a Justiça determinou medidas cautelares contra quatro investigados, como proibição de atuar em plataformas de investimentos, apostas e jogos online, recolhimento domiciliar à noite e nos fins de semana, impedimento de deixar a cidade onde moram e monitoramento por tornozeleira eletrônica.
Também foi autorizado o sequestro de veículos, valores em contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados. Três empresas são alvo das medidas, sendo que duas tiveram as atividades suspensas, conforme a Polícia Federal.
As investigações começaram após a PF identificar sinais de enriquecimento ilícito de influenciadores digitais de São Fidélis, no norte do Rio de Janeiro. Segundo a apuração, em cerca de dois anos, um dos investigados recebeu mais de R$ 28,3 milhões sem comprovação de origem. A estimativa é de que o grupo tenha movimentado mais de R$ 50 milhões de forma ilegal.
As investigações também indicam que integrantes da organização já atuavam anteriormente na gestão de casas de apostas online sem regulação.
As chamadas plataformas de opções binárias funcionam como apostas de curto prazo sobre a alta ou queda de ativos, como moedas e criptomoedas, sem a compra efetiva desses ativos. A atividade não é regulamentada no Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e é considerada de alto risco, conforme a PF.